A Seagate, fabricante de discos rígidos para computadores, interromperá a produção de drives com a tecnologia IDE, já bastante antiga, e passará a produzir apenas modelos com a nova tecnologia SATA. Os drives SATA, além de mais rápidos, são menos complicados de ser instalados em um computador e facilitam a circulação de ar no gabinete pela menor espessura dos cabos. Além disso, muitos dos computadores atuais não são mais compatíveis com a antiquada tecnologia IDE.
Segundo o site australiano IT News, na segunda metade de 2006 as vendas de discos rígidos na tecnologia SATA responderam por mais da metade das vendas de discos com outras tecnologias (IDE e SCSI). A rápida e maciça adoção do SATA, criado em 2003, em um período de meros cinco anos, é digna de nota, já que outras tecnologias também revolucionárias como a porta de comunicação USB estão no mercado há doze anos e ainda não se tornaram padrão de fato - a maioria dos teclados, por exemplo, ainda é ligada na porta PS/2 e não na USB. Com a baixa procura dos antigos drives IDE e o alto interesse nos drives SATA, aliados às vantagens desse último, a Seagate decidiu parar a fabricação da tecnologia mais antiga.
O padrão IDE (Integrated Drive Electronics) para discos rígidos foi criado em 1986 pela Western Digital, um dos fabricantes de drives da época. Rebatizada algum tempo depois como ATA (AT Atachment ou extensão para computadores PC/AT), a tecnologia tinha o objetivo de padronizar os controladores e a interconexão entre o disco rígido e a placa mãe. Até então, havia muitos padrões diferentes e incompatíveis para discos rígidos e, com o advento do IDE, todos os fabricantes passaram a produzir produtos compatíveis entre si. A tecnologia IDE (ou ATA) usa um cabo com diversos condutores para transferir 16 bits em paralelo, ou seja, ao mesmo tempo. Além dos 16 bits, outros vinte e quatro fios são usados para blindagem e sinais de controle, num total de quarenta. Os primeiros drives IDE/ATA transmitiam dados a 33 Mbit/s, mas essa velocidade foi aumentando gradativamente até atingir os atuais 133 Mbit/s.
O padrão SATA (Serial ATA), por sua vez, usa apenas um par de fios para transmitir dados entre a placa mãe e o drive. Com isso, o cabo pode ser muito menor e mais fino. Apesar de transmitir apenas um bit por vez, ao contrário do IDE que transmite 16 bits por vez, um dispositivo SATA tem uma taxa de transferência da ordem de 1.500 Mbit/s (ou 1,5 Gbit/s), podendo chegar até 3 GBit/s. Há previsão da indústria para que a tecnologia chegue a 6 GBit/s em poucos meses. Além do cabo mais fino e da maior velocidade, os dispositivos SATA podem ainda ser conectados e desconectados com o computador ligado, o que torna a interface excelente também para dispositivos externos. Com o lançamento da tecnologia SATA em 2003, os drives IDE/ATA foram retroativamente rebatizados de PATA (Parallel ATA).
A notícia não foi confirmada oficialmente, ainda, pela Seagate, mas segundo o The Inquirer, alguns canais de distribuição da empresa já teriam sido informadas do fato. Ao site Ars Technica, um funcionário da Seagate disse que o rumor seria "provavelmente verdadeiro".